A Minha Filosofia

Eu ficarei para sempre com o que disse Zoroastro, grande sábio persa do século VI a.C., que resumiu o que é estar no caminho correto em apenas uma singela frase:

"BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, E BOAS AÇÕES."

Quero fazer deste princípio o meu viver, incorporar em tudo o que sou a essência desta visão tão simples, para conseguir estar bem com o mundo e comigo mesmo antes de qualquer coisa.

viernes, 5 de diciembre de 2008

Em defesa dos Poetas

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Disse o o meu querido Slavoj Žižek:
"Todo mundo dá uma bronca em Platão por ele ter ambicionado expulsar os poetas da Pólis.Mas para mim, Platão tinha razão. Creio que os verdadeiros responsáveis pela guerra dos Balcãs foram os poetas, e não só Radovan Karadzic, o líder sérvio da Bósnia. Toda nação teve os seus próprios poetas nacionalistas.A catástrofe é quando se juntam com os militares. Na Europa Ocidental tem o que se conhece como complexo militar-industrial, enquanto que nos Balcãs temos um complexo poético-militar.Platão tinha razão."

Já vou avisando que sou suspeito para falar, pois sou poeta.Acredite quem quiser...

Acontece que, se quisermos falar sobre a natureza da poesia, devemos falar da natureza das palavras em si. A poesia nada mais é do que a arte de manejar a palavra, de usá-la, de subjugá-la, manipula-la. Fazer isto com as palavras é tolerável, porém não com as pessoas.

E, se por um lado houveram poetas nacionalistas, por outro não só o nacionalismo como toda forma de direitismo e autoritarismo têm perseguido a liberdade do homem, e para isso tentaram barrar a atividade de intelectuais e livre-pensadores. García Lorca, por exemplo, foi uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola.

Se dá com as palavras o mesmo que com os homens: há as boas, as ruins, as enganadoras.Cada um diz aquilo que vai no seu íntimo, ou melhor, diz aquilo que, estando ou não dentro do seu coração, julga ser o mais apropriado a dizer para alcançar os objetivos a que se propõe. Um Karadžić pode dizer palavras bonitas, aparentemente inofensivas e até grandes palavras, cheias de metáforas e símbolos, mas será este apenas um meio de moldar a cabeça de outros. E a verdade é que, desde que o mundo é mundo, pássaros da mesma plumagem voam juntos.Talvez por um instinto de sobrevivência nosso, sempre preferimos ouvir aqueles que pensam como nós e ignorar, até certo ponto, os que não compartilham nossa opinião.É absolutamente normal.

Daí que os únicos admiradores da poesia do Açougueiro de Sarajevo sejam os que o apoiam, um grupo minoritário, embora nem tão pequeno assim.Todos os que tomam partido oposto rejeitam tanto a política quanto a poesia de Karadžić.

Quem sabe se, daqui a alguns séculos, esquecido da história, o mundo não tire, empoeirado, de alguma estante perdida em algum canto Europa Oriental, um volume abandonado de poemas de Karadžić e ele seja novamente lido e tido apenas como um antigo poeta sérvio, e não mais como o que realmente foi...Tomara que não, mas tudo é possível.

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