A Minha Filosofia

Eu ficarei para sempre com o que disse Zoroastro, grande sábio persa do século VI a.C., que resumiu o que é estar no caminho correto em apenas uma singela frase:

"BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, E BOAS AÇÕES."

Quero fazer deste princípio o meu viver, incorporar em tudo o que sou a essência desta visão tão simples, para conseguir estar bem com o mundo e comigo mesmo antes de qualquer coisa.

jueves, 18 de diciembre de 2008

Vítimas da Honra


No Paquistão, entre 70 e 90% das mulheres já foram vítimas de violência doméstica. Isso inclui não só apanhar dos maridos, futuros maridos ou de membros da família. Pode incluir também estupro, queimaduras com ácido ou querosene... Eu estudei o Islã, conheço o Alcorão. Há um dito do Profeta (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) que relata que, quando sua esposa 'Aisha lhe contou que as mulheres lhe procuraram para se queixar de que seus maridos batiam nelas, ele falou: "Com certeza, estes homens não são os mais queridos por Allah." No Islam, prega-se o respeito a todos os seres humanos que estão em posição de mais fracos: mulheres, crianças, órfãos, forasteiros, prisioneiros de guerra...
Não se pode julgar um povo pela beleza de suas doutrinas. É o comportamento dos indivíduos que diz como anda uma sociedade. No caso do Paquistão e de tantos outros lugares do mundo onde predomina a pobreza e a ignorãncia, a tradição dita as regras. Trata-se de uma sociedade patriarcal onde ainda há hábitos tribais generalizados, apesar do progresso que chega aos poucos.
Para um homem paquistanês típico, a idéia de receber um "não" de uma mulher é quase inaceitável. Está na edicão 435 da Revista Planeta, dez/2008, página 73: "Uma mulher foi atacada por seu futuro marido depois de se recusar a sair com ele sem a permissão de seus pais. Outra foi queimada pelos parentes do marido, numa tentativa de matá-la para se apossar das terras que pertenciam a ela. Garotas foram queimadas por dar à luz bebês mortos ou por não terem "produzido" meninos. A maioria dos ataques é resultado de um simples "não" dito ao marido ou a algum parente homem."
Não posso dormir tranqüilo sabendo que existe uma coisa dessas acontecendo - que num canto do mundo, a metade da população é considerada simplesmente gente de segunda classe. Às vezes, agradeço a Deus por não ter me feito mulher. Não porque tenho pensamentos contrários à mulher, mas porque sei que, sendo mulher, muitas das liberdades e facilidades que encontro no meu caminho por ter nascido homem me faltariam.
Gostaria de apontar soluções para esse problema. Mas não vejo. Não a curto prazo, e não pela ação de um ou outro cara que tenha a cabeça mais aberta. Para que uma questão que afeta a muitos seja resolvida, é preciso que muitos tomem consciência dos fatos e façam algo para mudar.

2 comentarios:

efa dhaex dijo...

Olá
Seu blog é bem legal, muito melhor que o meu.
Sabe, eu "um estrangeiro em qualquer lugar", tenho pouquíssimo conhecimento sobre a religião e a cultura muçulmanas, terei agora a oportunidade de aprender algo mais, sobretudo porque escrito por um poeta.
Cara, longa vida...

Elaine Gaspareto dijo...

Querido,
Lendo seu texto me dei conta de que a emancipação feminina é balela. Enquanto houver sociedades que tratam a mulher dessa forma, e o pior: baseada em conceitos religiosos, as coisa jamais mudarão.
Agradeço a Deus por ser brasileira. Aqui as coisas são muito melhores, se comparadas ao mundo islâmico. Sem depreciar a fé islâmica, veja bem. Mas é fato que interpretações muito pessoais do Alcorão foram meio que institucionalizando a barbárie. E contra a convicção religiosa distorcida pouco se pode fazer...
Apenas lamentar profundamente.
Beijos e bom dia!