A Minha Filosofia

Eu ficarei para sempre com o que disse Zoroastro, grande sábio persa do século VI a.C., que resumiu o que é estar no caminho correto em apenas uma singela frase:

"BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, E BOAS AÇÕES."

Quero fazer deste princípio o meu viver, incorporar em tudo o que sou a essência desta visão tão simples, para conseguir estar bem com o mundo e comigo mesmo antes de qualquer coisa.

viernes, 6 de agosto de 2010

Nos Encontraremos

 Os versos que compartilho abaixo são de Parvin Shakir (1952-94), uma escritora paquistanesa. Alguns críticos a comparam a Farough Farrokhzad, da qual sou fã. Ela começou a escrever muito jovem, ainda em Karachi, sua cidade natal. Era ousada, desafiava a ditadura de seu país e os conceitos atrasados de sua sociedade. Vinda de uma família de mohajires (ou seja, imigrantes indianos de religião islâmica que foram para o Paquistão depois da separação entre as duas nações, na metade do século XX), Parvin (ou Parveen) era falante de urdu, língua com tradição poética arraigada, a língua oficial lá do Paquistão. Parvin também escrevia às vezes em inglês, aliás era formada como professora de inglês e residiu anos nos Estados Unidos. Revolucionou a poesia paquistanesa com seu verso livre e ao adotar o eu lírico feminino, coisa rara mesmo entre as poetisas mulheres desse idioma. Morreu nova, num acidente de carro em Islamabad, a capital do Paquistão, onde trabalhava como funcionária pública no Central Board of Revenue (o Ministério das Finanças do país). Há quem diga que, por seu envolvimento com figuras de destaque no cenário político nacional, tenha sido assassinada, o que até hoje não foi provado. É tida hoje como a maior poetisa do idioma urdu.

 Sobre a saudade, que é o tema dessa postagem, eu só posso dizer que é algo que não tem explicação. Não é fácil falar sobre saudade, às vezes é algo que ainda não se assimilou bem, que existe dentro de nós, mas é um tabu quase, de tão íntimo que é esse tema para quem o expõe, por mexer com suas tristezas e fracassos. Vocês que me acompanham já devem ter percebido que sou saudosista, que tenho um desejo mal disfarçado de voltar ao passado. Não é todo ele, apenas os primeiros amores e, mais especificamente, ao que eu sentia por eles, desejava viver com eles - não é saudade de nossas relações catastróficas, seja comigo e meus amores ou mesmo entre eu e minha mãe... Chega de falar! Vamos ao poema.

NOS ENCONTRAREMOS

O pôr-do-Sol 
Dissolve o mundo dentro de si.

O teu perfume
Povoa
Os meus sonhos.

Tudo se dissolve.

...Que visão magnífica!

Em um instante
Surgirá uma estrela no horizonte
Que olhará para ti
Toda enfeitiçada.
E então o teu coração deverá relembrar-se,
Num eco de memória,
A história de nossa separação,
Aquele momento inacabado
De sonhos abortados
E pensamentos não ditos.

Nos encontraremos
Numa outra dimensão,
Na busca pelos anseios antigos,
Sob um outro céu,
Numa outra terra.

Lá nos encontraremos, um dia.

Uma fotografia de Parvin Shakir

8 comentarios:

Hugo de Oliveira dijo...

Maravilhosa postagem para uma tarde de sexta-feira linda que esta a minha Bahia.
Obrigadoooooo.



abraços


Hugo

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz dijo...

Como somos ignorantes com relação a culturas q não nos são tão próximas não é?

Parvin Shakir é fantástica mesmo ... encantado em conhecer um pouco dela ...

bjux

;-)

Daniel Savio dijo...

E quem não tem saudade?

Mas que ela não seja algo para nos fazer por que a situação é passado (tipo, esquecer os erros que fez uma relação acabar)...

Fique com Deus, menino Hakime.
Um abraço.

Állyssen dijo...

Ah, meu amigo, que coisa boa de ler... As informações sobre o Paquistão me são preciosas, pois estou lendo livros do Khaled Hosseine... e ajudam a entender o contexto histórico... aliás, livros muito fortes...
Essa poética desse povo de cultura tão diferente da nossa me encanta... Há dois autores de culturas diferentes que admiro demais: Khalil Gibran e Tagore... parece-me que são indianos...
A poesia é tão profunda e exala perfume da natureza da alma... que me deixam encantada!
Adorei esse poema da Parvin Shakir, eu não a conhecia e irei pesquisar mais!
Obrigada por trazer essa novidade tão deliciosa!

Beijo grande de carinho!

=)

Bruno dijo...

Ai, adorei o poema.


Bjs!

Ruby dijo...

Eu tive e tenho a impressão que escrever, expor opinião, se abrir em países do oriente não é fácil, ainda mais sendo mulher, é bom saber que há/houve escitoras
que desafiaram essa força e deixaram seus nomes escritos. Bonita moça ela.

Angel dijo...

Minha flor,

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

As saudades serão sempre eternas...

um anjo

inside dijo...

meu amorrrrrrrrrrr, como vai vc? saudade de ti, depois volto aki com mais tempo pra ler os post q num li ainda, bj