A Minha Filosofia

Eu ficarei para sempre com o que disse Zoroastro, grande sábio persa do século VI a.C., que resumiu o que é estar no caminho correto em apenas uma singela frase:

"BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, E BOAS AÇÕES."

Quero fazer deste princípio o meu viver, incorporar em tudo o que sou a essência desta visão tão simples, para conseguir estar bem com o mundo e comigo mesmo antes de qualquer coisa.

lunes, 4 de octubre de 2010

Uma História de Amor

 Olá, pessoal, esta história que eu quero compartilhar com vocês é de lá do Japão, e é verdadeira. Encontrei no blogue do meu amigo Alexandre Gonzalez, assim como em outro excelente blogue sobre o Japão. Como estou numa fase da minha vida em que a paixão explode dentro de mim, acho apropriada ao momento. É muito triste, mas lindíssima, e é contada de geração em geração lá naquele país,celebrada no teatro tradicional (kabuki),na música, na pintura, na poesia e na literatura em geral. No fim, há uma linda canção sobre a personagem do conto. Espero que gostem.

 Era uma vez uma família chamada Yaoya. Eles viviam em Edo, que hoje em dia é a cidade de Tóquio, e eram grandes quitandeiros. No ano de 1667, nasceu a menina Oshichi, que tornava-se uma bela jovem com o passar dos anos. Um belo dia, a casa dos Yaoya pega fogo. Isso foi em 1682, durante o grande incêndio que arrasou Edo, chegando mesmo até a periferia da cidade. Naquele mesmo incêndio, muitas casas foram detruídas, inclusive a choupana de Matsuo Basho, um famoso poeta japonês. As construções eram de madeira e muito aglomeradas, por isso era comum que o fogo se alastrasse pela antiga Edo, assim como em outras partes do país...

 Assim, entristecida, a família se refugia num templo budista, que existe até hoje, chamado Chomyo-ji. Lá, os Yaoya esperaram a reconstrução de sua morada, que não tardaria muito. Durante sua estadia ali, Oshichi, que então contava 15 anos de idade, conhece um monge recluso de nome Shinosuke Ikuta, jovem e bonito. Os dois logo se apaixonam. Porém, o amor que nasceu entre eles era um amor proibido e impossível. Pelas regras dos monges, não poderia ele dedicar seu coração a mulher alguma, pois quem trabalhava no templo deveria dar seu amor apenas a causas religiosas e humanitárias, e não namorar ou casar-se. Também a família da moça não aprovaria sua união com o monge.

 Quando a casa ficou pronta, os Yaoya voltaram a morar ali, afastando-se do templo. A moça foi com eles, e desde aquele momento deveria conformar-se em viver longe de seu amor. Mas não seria isso que ela faria. Em 1683, Oshichi têm uma ideia: queimar a casa novamente, e assim voltar a viver no templo, junto a Shinosuke. Na época da florada de cerejeiras (sakurá) daquele ano, ela conclui o seu plano; o que provocou essa atitude extrema de sua parte fora o imenso sentimento de carinho e de saudade que ela nutria por Shinosuke. No entanto, o fogo não somente destruiu outra vez sua casa, como também as habitações vizinhas, e sua própria mãe encontrou a morte nas chamas, coisa que a jovem jamais esperaria que acontecesse. Consciente de ter cometido um crime, ela se entrega às autoridades. Estava mais arrasada que as próprias casas que foram queimadas... E ela sabia como era a lei daqueles tempos: incendiários menores de quinze anos seriam condenados ao exílio numa ilha distante, e maiores receberiam a pena capital, morte na fogueira. Ela já tinha 16 anos.

 O juiz que a julgou teve pena dela, apiedou-se de sua história. Perguntou-lhe: "Qual a tua idade?" Esperava que ela mentisse. Porém não, Oshichi preferiu dizer a verdade. "Eu tenho dezesseis". Ela escolheu a morte. Morta,  reencontraria sua mãe, pedindo-lhe perdão e finalmente poderia esperar por seu amado, com o qual sonhara todas as noites sem poder chegar perto... Foi conduzida a uma estaca, no meio de um campo de cerejeiras em flor.
Oshichi com Shinosuke, quadro do artista  Kitagawa Utamaro
 Dizem que quando as primeiras flores de cerejeira aparecem no templo Chomyo-ji, o espírito de Oshichi está feliz, ao lado do monge Shinosuke. As pessoas visitam o templo de Enjou-ji, no bairro de Toshima, e depositam flores no túmulo da moça, e como ela foi morta no fogo, jogam água por cima de seu sepulcro.

Yozakura Oshichi - Sakamoto Fuyumi



        
Akai hana wo ga putsurito kireta
Quebrou-se o cordão de minha sandália vermelha
Sugete kureru te aryashinai

Não há ninguém que possa consertá-la para mim
Ooiteke bori wo keto bashite

Eu piso num buraco e
Kake dasu yubi ni chiga nijimu

Eu começo a correr, o sangue escorre nos meus dedos.

Sakura sakura 

Cerejeiras, cerejeiras,
 Itsumade matte mo konu hito to
Uma pessoa que não vem mesmo que tu esperes por ela
Shindahitoto wa onaji koto

É o mesmo que uma pessoa que está morta
Sakura sakura hanafubuki

Cerejeiras, cerejeiras, com flores a cair como fossem neve
Moe te moya shita hada yori shiroi hana

Queimda e com a pele queimada coberta de alvas flores
Abite watashi wa yozakura oshichi

E a observar as flores de cerejeira - eu sou Oshichi
Sakura sakura yayoi no sora ni

Cerejeiras, cerejeiras, durante o céu de Março
Sakura sakura hanafubuki

Cerejeiras, cerejeiras, com flores a cair como fossem neve

Kuchi beni wo tsukete teishu wo kuwaetara

Apesar de eu passar batom na boca, na verdade eu coloco uma mordaça,
Namida ga porori mo hitotsu porori

Uma lágrima cai, e mais uma 

Sakura sakura miwatasu kagiri

Cerejeiras, cerejeiras, nos limites de minha visão
Sakura sakura hanafubuki
Cerejeiras, cerejeiras, com flores a cair como fossem neve
Sakura sakura sayonara anta

Cerejeiras, cerejeiras, adeus meu querido
Sakura sakura hanafubuki

Cerejeiras, cerejeiras, com flores a cair como fossem neve

5 comentarios:

Déia dijo...

que linda!! triste, porém linda!!

Amo cerejeiras!!são lindas e românticas!

saudades de vc

bj

Ká Moraes dijo...

Querido. Brincadeira e selinho pra você no meu blog.

BeijoO!

Unknown dijo...

Amigo Sheli,

Que linda história, emocionante e triste também, o que nos prova que por amor somos capazes de tudo e que nem sempre todos os enamorados acabam juntos... Beijos meus com gosto de falafel ahaha

Daniel Savio dijo...

Interessante a história, mas um pouco triste, mas senão me engano, o teatro Kabuki só é feito por homes, mesmo os papeis femininos...

Fique com Deus, menino Hakime.
Um abraço.

Fernanda dijo...

que história linda..daquelas que transbordam amor e doçura..preciso dizer que adorei?