A Minha Filosofia

Eu ficarei para sempre com o que disse Zoroastro, grande sábio persa do século VI a.C., que resumiu o que é estar no caminho correto em apenas uma singela frase:

"BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, E BOAS AÇÕES."

Quero fazer deste princípio o meu viver, incorporar em tudo o que sou a essência desta visão tão simples, para conseguir estar bem com o mundo e comigo mesmo antes de qualquer coisa.

lunes, 21 de febrero de 2011

Pessoas diferentes

   A tolerância é fundamental para que vivamos juntos uns com os outros em paz e relativa harmonia, na medida em que isso for possível.  Ela inclui nossos amigos, familiares, conhecidos, aqueles que trabalham conosco, as pessoas com as quais cruzamos pelas ruas, pelos lugares onde passamos etc. Todos devem tolerar para esperar serem tolerados.



   Para mim, é incrível como eu e minha mãe somos indivíduos de valores, comportamentos e ideias tão díspares. Ela gosta de festas, eu de sossego. Ela prefere estar sempre cercada pelas multidões, eu sou mais reservado. Ela não se importa de tomar sol, eu o evito. Ela bebe cerveja, eu gosto de vinho. Ela lê somente auto-ajuda e revistas de horóscopo, eu já me dedico à literatura em geral, filosofia, história, e escrevo poemas. Ela vive apenas o presente, eu penso no futuro. Ela têm uma determinada visão de mundo, eu tenho outra.

   Mantenho nosso relacionamento o mais superficial que eu consiga, fasso questão de não falar muito para não entrarmos em choque, mesmo que sem discussão. Aprendi a não depender dela para viver, e já não me faz tanta falta a presença da figura materna. Descobri que posso ser independente, e isso me satisfaz. Procuro mais o apoio e a compreensão dos meus irmãos, e até com o padrasto compartilho certas coisas em comum que com minha mãe não compartilho. No fundo, acho que gostaria de ter tido outra genitora, mas como isso não acontecerá, contento-me com a que possuo e esqueço essa questão. Sei que também ela, pelo menos em certos aspectos, gostaria de ter um filho que se ajustasse melhor às suas expectativas, é normal que isso aconteça.

   Não se trata daquela rebeldia clássica que distancia as gerações mais jovens das antigas, porque às vezes quem se sente o "velho" sou eu. Não é fácil ter uma mãe moderna, principalmente quando esse lado de sua personalidade revelou-se depois de muitos anos. Eu não posso ser machista, porque o machismo é coisa de homens (e mulheres) pouco evoluídos. Aceito-a como ela é, e peço a Deus que seja feliz. Mas, definitivamente, não me dá prazer em estar ao lado dela, não sei bem por que. Por causa disso, decidi me distanciar, não sondar sua vida, não participar de suas experiências. É melhor assim. Ela não necessita de mim, nem eu posso querer ser protetor e dar palpites no que ela faz ou deixa de fazer, isso não é de bom tom a um filho educado. Cada um sabe como dirigir os seus assuntos, sejamos indiferentes ao rumo que os demais decidem tomar. Que assim seja.

7 comentarios:

UN VOYAGEUR SANS PLACE dijo...

Obrigado, Alexandre! Tu sempre me compreendes, e é um prazer imenso a tua visita. Minha mãe tem suas razões de ser como é, sinto falta de seu carinho, mas posso seguir sem ele.

Abraços cordiais, konban-wa!

Lidia Ferreira dijo...

Meu querido ,
Eu era como voce , acredite , eu não me dava com minha mãe ate um dia que eu vi a vida através do olhos dela
Foi quando segurei meu filho pela primeira vez no meus braços
também concordo com a Alexandre. voce e sensível e sua mais mais dura
mas eu posso te disser uma coisa , a vida e curta , aproveite , pois hoje eu daria tudo para ter minha mãe do meu lado
bjs

UN VOYAGEUR SANS PLACE dijo...

Lidia Ferreira:

Fazia tempos que não aparecias, e eu mesmo ainda estou em dívida para contigo, minha amiga. Mas ok, estás aqui agora e agradeço-te a atenção.

Tenho que corrigir-me se passei uma imagem errada de minha convivência com a minha mãe. Não é que não a quero por perto ou que me recuso a aproveitar sua companhia. Tenho plena consciência de que se a perdêsse lamentaria eternamente. Mas é que não estou mais tão dependente como antes eu era. Agora, já sofro menos com a nossa relativa distância espiritual.

Também descubro sobre a vida com outras pessoas. Esses dias, por exemplo, venho convivendo mais com minha família, e acabei por simpatizar e abrir-me mais ao meu padrasto, pessoa com a qual antes eu sequer falava o básico. Isso tudo contribui com o meu crescimento, e não posso ignorar o impacto dessas descobertas.

Abraços cordiais.

Unknown dijo...

Sheli sheli,
Quanto tempo que não te via por aqui, sentia saudades dos seus posts, de vc...
Estou tranquila que sei que agora está com seus familiares e em um local que já conheça, mas nem tudo na vida são flores e acho legal o seu modo de lidar com a personalidade diferente da sua mãe. Nem todos somos parecidos e o importante é vc continuar pensando assim, cada um com sua vida e tenho certeza que vc fará da sua o melhor possível. Fique bem amigo, elef neshikot!!

Daniel Savio dijo...

Eu entendi, mas é um pouco triste isto...

Lembra um pouco do que aconteceu com o meu pai quando ele se separou da minha mãe (devido as alguns problemas que ele casou).

Fique com Deus, menino Hakime.
Um abraço.

UN VOYAGEUR SANS PLACE dijo...

Deborah:

Minha sheli, que bom que tu viestes me visitar! Estarei sempre aqui no blogue, como eu poderia abandoná-lo? Acontece que agora tenho escrito menos por estar a procurar trabalho, estar sem computador em casa, e uma série de outros motivos. Porém podem esperar por mim, que estarei aqui sempre!

Sei, sim, como viver a minha vida, espero que eu consiga seguir meu caminho, se Deus o permitir. Nem tudo é como se quer, então o que temos a fazer é não perder o ânimo e seguir!

Elef neshikot gam lehá, sheli! Shalom!

UN VOYAGEUR SANS PLACE dijo...

Daniel Savio:

Com certeza, é um tanto triste sim, e sinto muito pelos teus pais terem se separado. Desejo a ti tudo de bom nesse mundo. Até breve e grato pelas palavras de incentivo. Que Deus nos ilumine a nós todos.