Houve um talentoso poeta persa no século XII chamado Anvarí, que acerca dos benefícios das viagens, disse o seguinte: "Ao viajar, o homem se instrui; recebe honras, encontra nelas um tesouro de riqueza; as viagens ensinam talentos. Daquela região onde te tornaste desprezado aos olhos dos seres humanos, muda-te logo para ires a um outro canto. Se a árvore pudesse mover-se e ir de lugar em lugar, não receberia os golpes do machado. Ao viver em sua cidade natal, o ser humano permanece sem méritos; enquanto a jóia ainda está na mina ela não possui valor. É preciso que tu observes bem o estado da terra e do céu: se um permanece imóvel, o outro está incessantemente em viagem."
Eu viajei. Na verdade, ainda viajo. Mais verdade ainda, sempre viajei, estou sempre em viagem. Pela viagem física, mudei de lugar, pelas viagens interiores, descubro-me a mim, aos outros, descubro os meus caminhos, os caminhos do mundo. Estou de volta à São Paulo. Comecei um novo trabalho. Eu me tornei professor, quem diria? Ensino espanhol e francês numa ONG, tenho já meus primeiros alunos, gosto do local de trabalho e pretendo progredir, dar tudo o que posso para que eles aprendam bem.
No coração, além das lembranças, evidentemente os planos. E Lisboa virá até mim em breve, assim espero. Pelo amor, pela vida, pelo sonho. Em suma, posso dizer que tenho um lugar? Meu lugar é o mundo, e meus companheiros são as criaturas que nele estão, inclusive as que só existem dentro de mim.
O mundo é tão grande, tão vasto, há tanto a se descobrir. Alegra-me saber que tenho um imenso caminho a palmilhar diante de mim. Isso conforta-me imensamente. Por um lado, há a falta de muito que ainda não consegui realizar em minha vida, há a ausência de uma companhia, há a solidão imensa que nunca me deixa e que eu procuro disfarçar com milhares de palavras... por outro, tenho os sonhos, que persigo com uma vontade que beira ao desespero. Na viagem interna que ralizo todos os dias ao âmago dos meus pensamentos mais íntimos, sinto que ainda viverei algo de grande, de muito grande.
4 comentarios:
Querido, que delícia que é viajar. Eu também, como tu, estou sempre viajando. Pois, minha mente é uma viagem!
Saudades. Beijos
Querido, que delícia que é viajar. Eu também, como tu, estou sempre viajando. Pois, minha mente é uma viagem!
Saudades. Beijos
Tens toda a razão.
Há que viajar.
E quem não o puder fazer fisicamente então que o faça no interior de si mesmo, tal como disseste.
E talvez essas sejam as mais importantes viagens das nossas vidas.
Abraço
http://www.rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/
Então viraste professor, meu querido?! Que coisa boa! Melhor ainda é viajar!
E não me digas que vai realmente abandonar este blog?
Sei que ando mega distante, mas estou voltando e senti sua falta. Quero saber como está, o que conta de bom, e o seu love, está tudo certo?
Saudades imensas, grande beijo.
Publicar un comentario