A Minha Filosofia

Eu ficarei para sempre com o que disse Zoroastro, grande sábio persa do século VI a.C., que resumiu o que é estar no caminho correto em apenas uma singela frase:

"BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, E BOAS AÇÕES."

Quero fazer deste princípio o meu viver, incorporar em tudo o que sou a essência desta visão tão simples, para conseguir estar bem com o mundo e comigo mesmo antes de qualquer coisa.

viernes, 13 de mayo de 2011

La Alegria


   Esta canção está em ladino, o idioma dos judeus da Península Ibérica, expulsos há mais de 500 anos e desde então espalhados pelo mundo. O ladino é uma mistura de espanhol arcaico com hebraico bíblico e outros idiomas, como o português, o árabe, o turco, o grego etc. e difere um pouco da língua falada hoje pelos espanhóis e latino-americanos, mas na essência é o mesmo idioma, com apenas algumas diferenças na pronúncia e no vocabulário. Yasmin Levy é uma cantora israelense, de Jerusalém, que estudou flamenco na Espanha, bem como recuperou canções ladinas que estavam já esquecidas. Seu pai era um folclorista renomado, estudioso das tradições dos judeus sefarditas. Música com muita, muita alma...

Yo bebo y bebo y bebo pa' olvidarte
Yo duermo y duermo y duermo pa' no pensar
Maldito mundo
Vivir para pagar por el pecado de amarte
Maldita tu
Sueltame

Te digo que vida no tengo
Y es por tu culpa
Las noches igual que los días
De soledad
Oh Dio mio
Ayúdame para matar este amor
Que 'stá en mi corazón
Bendito Dio sálvame

Solo caminando en el camino de este mundo
Y no tengo más fuerza para luchar
Yo pensaba que amarte fue el remedio pa' el dolor
Pero el dolor se hizo grande más y más
Ah, te dejo para siempre, vida mia no te olvides
Que soy hombre que existe para ti
Y el cante de mi vida te regalo para siempre
Tal que llegue el día del morir

martes, 3 de mayo de 2011

Sobre Bin Laden

                        Vista de minha escola, na época (prédio grande). Eu saía de lá e seguia até a 1ª rua à esquerda da foto.

 



   Ainda me lembro daquele dia. Eu era uma criança, não tinha mais que meus 14 anos, e acabara de sair do colégio. Fazia poucas horas que havia acontecido aquilo, e havia sido a milhares de quilômetros de distância do lugar onde eu havia morado por praticamente toda a minha vida, mas a notícia já havia se espalhado e os meios de comunicação não sabiam falar em outra coisa. Eu vi o atentado de 11 de setembro de 2001 através das imagens dum aparelho de TV que estava ligado num pequeno bazar de brinquedos e presentes que ficava na rua onde eu e meus irmãos sempre tomávamos o ônibus para voltar para casa. Olhei para tudo sem entender nada, enxergava apenas aviões, arranha-céus dominados pelo fogo, pessoas em pânico; era um amontoado de cenas incompreensíveis para mim. Em casa, minha mãe fazia o almoço, e o rádio falava sobre terrorismo, tantos milhares de mortos, pronunciamento de personalidades públicas etc, e ficamos uma semana, duas, três... um mês e até mais sendo bombardeados com aquele assunto, na TV, no rádio, nas revistas, na escola. Era um assunto sem relação direta com a nossa realidade, e não nos esforçamos nem um pouco para entrar dentro dele. Não que fôssemos indiferentes à tragédia, simplesmente não nos afetava de modo algum.

   Uma década se passou na minha vida, e tanto se passou comigo! Eu morei longe da família por quase cinco anos, e nesse período tive contato com pessoas das mais variadas culturas, o que me despertou o interesse pela relação dos homens uns com os outros. A curiosidade pelo relacionamente das pessoas consigo mesmas acho que sempre esteve dentro de mim. Hoje, eu julgo saber, ao menos um pouquinho, o que move os homens a fazer com os outros aquilo que eles fazem; seja o bem, seja o mal.

   Mais uma vez, eu estava distraído, quando me surpreendem outra vez as manchetes dos jornais e dos telejornais: o responsável pelos ataques de dez anos atrás foi encontrado e morto. Não posso dizer que não compartilho com milhões de seres humanos uma certa sensação de que justiça foi feita. No entanto, definitivamente não estaria entre os que participaram de manifestações para comemorar o fato. Comemorar o que? Mais uma pessoa foi morta, mais uma vida se perdeu por causa de um indivíduo que teve de pagar pelos seus atos. Qual é a novidade? Alguém trará de volta os mortos do lugar onde eles estão?


   Raciocinando bem, acho que o que houve com Osama bin Laden, ser assassinado sem julgamento, foi uma consequência do caminho que ele escolheu. Julgá-lo, ao invés de condená-lo dessa forma? Por acaso ele demonstrou piedade com alguém? Eu sei que estou a ser um tanto duro, mas acho que temos aqui um caso de crime contra a humanidade, e não foi algo que fizeram contra mim. Se fosse, talvez eu teria clemência, mas foi algo que fizeram contra um grande grupo de seres humanos.

   É oportuno citar as palavras de Saadi de Shiraz, um dos maiores poetas persas de todos os tempos, em um de seus principais livros, o Gulistan (O Jardim das Rosas). Osama bin Laden conhecia o Afeganistão, que faz parte do mundo de língua persa, porém duvido muito que se interessaria em ler Saadi:

 Aquele que mata um homem perverso protege a humanidade de um flagelo, e o homem perverso também é protegido das consequencias de males futuros.

   O perdão é louvável,
   Mas não cuides das chagas de um tirano.
   É tolo quem se apieda de uma serpente,
   Pois isto é injusto para com os filhos de Adão.